Por que Evo Morales renunciou

Publicado em 29/11/2019 09h42 - Atualizado há 4 anos - de leitura
Jornal Noroeste / Jornal Noroeste

Não, não é a Bolívia, mas sim a Venezuela o país em pior situação social, política, moral e econômica entre todos os países da América do Sul. É um quadro que começou a se deteriorar com a ascensão de Hugo Chávez ao poder e se agravou com seu sucessor, Nicolás Maduro. No entanto, o ex-presidente e o atual da Venezuela não puderam imputar - como Cuba, há 50 anos - ao embargo econômico imposto pelos EUA ao país caribenho a causa das suas mazelas. Na Venezuela, embora seja um país rico em petróleo (reserva superior a 300 bilhões de barris), apenas os militares e dirigentes do país vivem na zona de conforto. Mas é o que importa a déspotas. Maduro paga bem aos militares em troca da garantia da cadeira curul (símbolo do poder da Antiga Roma). Privilegiados, os militares venezuelanos não se importam com o povo, privado de tudo principalmente da liberdade. Não fosse essa incondicional fidelidade, Nicolás teria caído, se não de maduro, de podre. Mesmo assim, imaginei que o chefe da Venezuela seria o 1º a se mandar. Enganei-me. Foi Evo. Aí a 1ª surpresa. A 2ª surpresa é que, ao invés do ex-presidente da Bolívia refugiar-se na Venezuela, terra do parceiro Maduro, optou pelo México. Compreende-se: no país da América do Norte, a mesa é farta, a copa é franca e, de quebra, conta com as delícias de Cancun. Evo é índio mas não é de ferro.

Evo impulsionou a Bolívia. Logo, invocando a lição de Jesus aos fariseus - Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus - justiça seja feita: foi o melhor presidente da Bolívia das últimas décadas. Segundo o FMI, desde 2006 o país vinha crescendo à taxa de 4,5% a 5% ao ano, com pequena redução para 2019 (4%) - ótimo, embora menos da metade do que o Brasil cresceu, em média, no governo Médici (1969/1973), entre 7% e 13% ao ano contra 0,6% em 1964, para desconforto da esquerda. No governo Lula, o crescimento médio foi ótimo: 4%. Também, graças a Evo, segundo o Banco Mundial a pobreza da Bolívia caiu de 36,7%, em 2005, para 16,8%, em 2015. Ah, só para lembrar: para alcançar índices favoráveis, a Bolívia contou com uma mãozinha do Brasil na nacionalização de poços de gás da Petrobras em seu território, coisa de US$ 1,5 bilhão que Evo abocanhou sem oposição do Brasil. Depois, Lula confessou que a nacionalização fora previamente acertado entre ambos - uma gentileza de Lula a Evo.

Evo Morales renunciou dizendo-se vítima de um golpe pela sua condição indígena. Não, Evo! Golpe foi fraudar eleições. Golpe foi desrespeitar o plebiscito de 2016. No caso, inclusive índios e brancos se juntaram nos protestos à farsa que reelegeu Evo. No máximo foi um contragolpe contra quem, não satisfeito em rasgar a Constituição, ignorou o povo e cooptou a Justiça para continuar soberano. Primeiro elegeu-se presidente, depois se reelegeu - até aí, dentro da Constituição. Só que o líder cocaleiro, para alcançar outro mandato, mudou a Constituição. Não satisfeito, fez um plebiscito. Derrotado, subjugou o Supremo, o que não deve ter sido difícil, posto que lá os juízes da Corte são maleáveis. Na última eleição, contrariando a CF, foi eleito em 1º turno, só que mediante fraude como apurou a OEA. Logo, Evo não caiu pelas suas virtudes, mas pelas práticas ilícitas: atropelo à CF, fraude eleitoral, submissão do Judiciário. Poderia ter concluído seu mandato com êxito não carregasse o DNA de caudilho com
pendor ditatorial.

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