Coisas da cidade
Publicado em 24/07/2020 16h25 - Atualizado há 4 anos - de leitura
Não poderia ser diferente. Direção e professores de escolas da cidade e da região estão num nível de apreensão jamais visto. Conversei com alguns deles e a pergunta recorrente e diária que recebem é: “E as aulas?”. A cada pergunta o estresse aumenta.
Talvez a única resposta possível seja: “E eu sei?”. Ninguém deseja arriscar qualquer palpite. O risco é evidente. Conversas sobre o fim da pandemia são apenas conjecturas, palpites furados, como aquela previsão de que em maio último o coronavírus teria desaparecido (houve quem acreditasse). Dias atrás um professor de estatística publicou artigo, em jornal do centro do país, dizendo que a reabertura de escolas, neste momento, provocaria a morte de 17.000 crianças em três meses. Não sei ele estava exagerando. Enquanto isso, a expectativa e a apreensão vão continuar...
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Trânsito 1: dias atrás, com um grande susto, quase assisti a um atropelamento em frente ao Centro Cívico, onde convivem duas faixas de pedestre. Algum tempo atrás a faixa foi recuada alguns metros, mas a antiga sinalização permanece lá, um pouco apagada. A nova também já está gasta. Aconteceu que o pedestre confiou na sinalização antiga e o motorista na sinalização mais nova. Ainda bem que os freios estavam em ordem...
Trânsito 2: na avenida Santa Cruz foi implantada uma faixa de pedestre elevada, mas a lombada antiga permanece lá. Esqueceram a lombada! A não ser, é claro, que o propósito seja transformar aquela avenida em pista de testes para novos modelos de veículos off-road...
Trânsito 3: a pandemia colocou em evidência um aspecto preocupante da economia deste século, ou seja, a “uberização” do trabalho, com um crescente número de trabalhadores precários. Aqui na cidade é visível o aumento do chamado “delivery”, com inúmeros motociclistas fazendo entregas domiciliares, em nome de bares, lanchonetes e restaurantes, especialmente à noite. O recado, portanto, é o seguinte. Ao transitar pela cidade, procure auxiliar esses motociclistas, não estacione nos locais a eles destinados, e, se possível, favoreça a passagem. Lembre que eles estão trabalhando e permitindo que a economia continue a funcionar.
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Já ouvi esta reclamação diversas vezes. Alguns supermercados de Santa Rosa não oferecem instalação sanitária adequada — que poderia ser um simples lavabo — aos seus clientes. Em alguns casos, o tal banheiro fica “lá no fundo, dobrando à direita e depois à esquerda”. Ou então o tal banheiro será aberto por um empregado que diz: “Vou buscar a chave na mesa do gerente”. Será que é tão difícil assim? Será que não percebem que o cliente (ou a cliente) está circulando pela cidade e entre seus compromissos está a ida ao supermercado, e que esta pessoa pode sentir a tal “necessidade fisiológica”, também conhecida como vontade de fazer xixi?
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Se olharmos com atenção, a população de Santa Rosa está agindo com cuidado. Por onde ando vejo pessoas com máscaras e higienizando as mãos. Os lamentáveis casos pontuais de aglomeração não afastam esta constatação.
Mas esses cuidados parecem não ter alcançado, por exemplo, a cidade vizinha de Santo Cristo. No último final de semana vi por lá numerosos grupos de pessoas nas calçadas e bares, e ninguém usando máscara! Em toda a cidade, encontrei apenas duas ou três pessoas com a proteção. Será que o vírus não passa pelo pórtico do São Cristóvão?