Nas diversas áreas da medicina é reconhecido o impacto do ambiente e do estado psicológico do indivíduo sobre sua saúde, tanto de forma positiva, quanto negativa. Na Odontologia também observa-se tal influência. Uma mentalidade otimista e confiante pode impactar de forma substancial nossos hábitos, nos levando a escolhas saudáveis no cotidiano, assim como um estado mental deprimido pode nos levar ao adoecimento físico.

Em tempos de uma pandemia, nos vemos bombardeados diariamente por preocupantes indicadores de óbitos, de novos casos na cidade onde moramos, de precariedade do sistema de saúde, de crise econômica... A tensão começa a fazer parte desse dia-a-dia e o corpo acaba sofrendo junto.

Mas o que isto tem a ver com nossa saúde bucal?

Muito! De forma simplória, podemos afirmar que a saúde dos nossos dentes se devem a dois fatores básicos a ser controlados: microbiota e forças mecânicas, ou seja, nossos dentes podem sofrer prejuízos devido à higienização ou dieta inadequadas, ou devido ao emprego de forças excessivas. Um indivíduo ansioso ou preocupado pode vir a alimentar-se mais vezes ao dia – nesses casos, os alimentos eleitos costumam ser doces, biscoitos, ou o nada inocente cafezinho adoçado – e realizar menos escovações, esquecer o uso do fio dental, favorecendo o aparecimento de cáries e gengivite. Da mesma forma, a preocupação com a própria saúde (ou de entes queridos), com prejuízos financeiros, com a adoção dos novos protocolos de prevenção contra o Coronavírus, dentre outras mudanças que tivemos que acatar, pode gerar tensão, levando à contração excessiva e freqüente da musculatura mastigatória (regiões laterais da cabeça, próximo ao ouvido), originando dores de cabeça, desgastes e até mesmo fraturas dentais.

Infelizmente não sabemos por quanto tempo esta triste situação em que nos encontramos, de tantos medos e incertezas, perdurará. Mas devemos ficar atentos aos sinais do nosso corpo: dores, lesões, estalidos... em caso de dúvida, procure o Dentista. Mantenha suas revisões odontológicas em dia, com absoluta certeza a prevenção custará menos do que o tratamento de algum dano em estágio avançado, não apenas financeiramente.

Por: Vanessa Zanchet

Cirurgiã-Dentista especialista em Prótese Dentária/ CRO-RS 20537