Os parentes ajudam ou atrapalham nas terapias fonoaudiológicas?
Publicado em 08/07/2020 14h06 - Atualizado há 4 anos - de leitura
Em qualquer processo terapêutico, a adesão da família (mãe, pai, irmãos) é fundamental. É ela que irá colocar em prática as orientações dos profissionais, estender o momento terapêutico e levar os aprendizados para outros ambientes. Mas e os demais parentes (avós, tios, primos, dindos) também auxiliam nesse processo? Depende. A atuação dos parentes pode ser positiva ou negativa.
Muitas vezes são os parentes os primeiros a perceber a necessidade de alguma intervenção e tem um papel importante em pontuar isso para os pais da criança. Também há aqueles casos em que a criança fica aos cuidados de um parente enquanto os pais trabalham, e esse terá papel fundamental na terapia. O reforço (elogios, comentários positivos) para os progressos alcançados quando há encontro de família são muito importantes também. Nesse contexto, os parentes atuam de forma positiva no progresso terapêutico.
Mas há momentos em que os parentes apenas reforçam inabilidades da criança, ressaltando-as aos olhos dos pais, demais pessoas e da própria criança. Esse comportamento causa insegurança, incerteza, desconfiança no trabalho que vem sendo desenvolvido, desmotivação. Também há sempre uma história para contar, de um conhecido que teve um desenvolvimento muito melhor, ou que procurou diferentes tratamentos (às vezes não comprovados cientificamente) e com isso ficou bem. Além é claro, das infinitas comparações entre outras crianças da família. Nesse contexto, os parentes atuam de forma negativa no progresso terapêutico.
Como os pais devem conduzir essa questão? Sendo francos! Contando para os parentes sobre a situação, deixando claro as providências que estão sendo tomadas para auxiliar no desenvolvimento da criança, agradecendo ajudas que foram dadas e pedindo que não haja interferências negativas. Assim, todos – familiares e parentes- farão com que o processo terapêutico seja mais promissor!
Fga. Dra. Beatriz dos Santos Carvalho
Fonoaudióloga, Doutora em Distúrbios da Comunicação Humana - UFSM
CRFa 7 - 8618