Política

Opinião: O suicídio de Getúlio Vargas e a Legalidade – "Parte I“

Advogado Antônio De Paula escreve sobre a morte de Vargas, Brizola e a Legalidade. Em 25 de agosto de 1961, Jânio Quadros renunciava à Presidência, enquanto no RS o governador Leonel Brizola dava início ao movimento para garantir a posse do vice João Goulart.

Publicado em 25/08/2021 14h52 - Atualizado há 3 anos - de leitura

Texto a seguir é de autoria de Antônio Ailton Torres De Paula, advogado e atual Presidente do PDT de Santa Rosa

Para melhor compreendermos dois episódios marcantes da história brasileira, ou seja, o suicídio de Getúlio Vargas em 1954 e a Campanha da Legalidade em 1961, teremos que adentrarmos um pouco na era republicana nacional.

Em 15/11/1889, data da proclamação da República, tinha se passado apenas 18 meses da Abolição da Escravatura no País.

O Império deixou dívidas sociais imensas junto ao povo brasileiro, sendo que a República Velha (1889/1930), pouco fez para melhorar a vida das pessoas, eis que, muitos ex-cativos se obrigavam a pedir para seus ex-senhores para permanecerem na antiga senzala, trabalhando apenas pela péssima comida e um precário teto para morar.

Aliás, nessa época vigorava no Brasil a política “café com leite”, uma vez que os paulistas, grandes cafeicultores, se revezam na Presidência da República com os mineiros, na época os maiores produtores de leite e derivados do País.

As políticas desenvolvidas nesse período, privilegiavam mais os barões do café e a elite dominante brasileira, enquanto que os pobres não tinham moradia, os empregos eram escassos, com baixos salários e carga horária diária superior a 12 horas, sem previdência social, sem saúde pública, inexistia legislação eleitoral, as eleições eram eivadas de vícios e fraudes, as mulheres não votavam, o Brasil importava quase tudo, inclusive botões de camisas, enfim faltava tudo para o povo brasileiro.

Foi nesse cenário que aconteceu a Revolução de “30”, época que Getúlio Vargas assumiu a Presidência da República pelas armas e com forte apoio popular. Na Presidência, Vargas deu início as grandes transformações econômicas e sociais do País, regulando inicialmente a vida  sindical dos patrões e empregados brasileiros; suspensão do pagamento da dívida externa, criou o Conselho Nacional do Café, incentivou a indústria nacional, FNM,  organizou o ensino secundário e instituiu o estatuto das universidades, criou a Justiça Eleitoral, Justiça do Trabalho, CLT, Salário Mínimo,  criou o Conselho Nacional do Petróleo e a 1ª Siderúrgica Nacional (CSN), com forte apoio do povo, enviou para a Europa 25.334 homens da FEB para combater o nazi-fascismo na  II Guerra Mundial, ocasião que perdemos 943 praças.

No dia 29/10/1945, em final de governo, Getúlio renuncia a Presidência, época que estava em curso a eleição que levou Dutra ao Catete, com o apoio de Vargas, que retornou à sua Fazenda, em São Borja/RS. Em 03/10/1950, através do voto popular e representando o PTB, Getúlio Vargas é eleito Presidente do Brasil, obtendo 49% dos votos, onde o 2º colocado obteve 30% e o 3º lugar ficou com 21% dos eleitores.

  No dia 1º/05/1951-Getúlio discursa no Estádio do Vasco da Gama, incentivando os trabalhadores a se organizarem em sindicatos, propondo depois a criação do Serviço Social Rural e o Plano do Carvão, criou o IAPI, o Ministério da Saúde, a Petrobrás e a Eletrobrás, e, em 1º/05/1954, anuncia um aumento do Salário Mínimo em 100%.

As políticas públicas de Vargas, corrigindo as injustiças sociais que existiam no País, em favor do povo e dos próprios interesses nacionais, feriam os vendilhões da pátria e os capitalistas nacionais e estrangeiros que exploravam o Brasil de várias formas, como na venda de produtos industrializados, já que antes, pouco ou quase nada era fabricado no Brasil, bem como na questão do Petróleo, uma vez que a criação da Petrobrás e a Eletrobrás, tiravam de mãos estrangeiras a exploração petrolífera. 

Sem dúvida, o magistral aumento do salário mínimo concedido por Vargas e a criação do monopólio estatal do Petróleo, completou a ira capitalista contra Vargas.  Esse somatório de ações em favor do povo e do País, gerou pressões para que Getúlio renunciasse à Presidência. Com muito patriotismo e convicção, ele preferiu tirar sua própria vida a renunciar, saindo da vida para entrar na história, atrasando em 10 anos o Golpe Militar de 31/03/1964, o qual já tinha sido impedido pela "Legalidade" em 1961.

Antônio Ailton Torres De Paula, advogado, ex-vereador, ex-vice-prefeito e atual Presidente do PDT de Santa Rosa

 

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