Tenha um bom dia!
Publicado em 30/09/2022 17h51 - Atualizado há 2 semanas - de leitura
Oi! Domingo é dia de ir à urna. Levantar cedo, enfrentar fila e se contaminar com o clima das ruas e das propagandas que há pelo caminho... Isso por si só já acirra os ânimos. Então, mentalize a partir de agora: aconteça o que acontecer, não se abale. Se você, leitor, é deste ou daquele bloco político (ou mesmo, se não tiver lado algum) levante uma bandeira branca em sua mente e saia de casa com ela bem visível. Aliás, se tiver, vá votar usando roupa branca. Infelizmente, o clima está tóxico demais no Brasil (e no mundo também) nos últimos anos. Não sei exatamente em que momento passamos a nos odiar e a rotular os outros com tamanha facilidade. Os intelectuais, os iluminados e os visionários, sem contar aqueles que têm um quê religioso, falharam em suas previsões de que veríamos o advento de uma época de luz e paz em breve. Eu mesmo, várias vezes me indispus com pessoas próximas ao longo dos últimos anos, por A ou B pensamento. Felizmente, há algum tempo passei a usar outros filtros para meus familiares, amigos e conhecidos. Um deles é o filtro da Humanidade. O termo empregado aqui é relativo a sentimento, à carga emocional que cada um carrega. Assim que percebo a ausência de Humanidade nessa ou naquela pessoa, eu me afasto. Não a tem, não me acrescenta nada... Ah, Clairto, a Rússia está certa em invadir a Ucrânia. Ah, o governo xis está certo em promover tal repressão à parcela do povo. Ah, os EUA têm que detonar Ypselone país. Não me importa se ali está esquerda ou direita, o que me incomoda é a ausência de Humanidade, amor pela vida das pessoas e suas liberdades. Não se trata de estar de lado A ou B, se trata de entender o sofrimento do outro e respeitar suas escolhas, pensamentos e crenças, concorde eu ou não com elas. Sábado, na Feira do Livro, lançávamos “Doses de Bem-viver” do Dr. Claudeomiro Filheiro, quando começaram a chegar vários amigos que têm boas vivências culturais, leram muito, sabem dar ótimas dicas de filmes e músicas. Como conheço razoavelmente bem a cada um, tão logo vi o “bolinho” formado, dirigi-me a eles e pedi: - hoje, pelamordedeus, ninguém fala em política aqui. Caramba, gente... Que manhã bacana tivemos! Eu mesmo sentia falta dos risos e chistes tão naturais, sem que os ânimos logo se exaltassem. Eu vou votar sim, já escolhi quatro candidatos, até pedi votos a alguns, mas sempre com um pensamento muito claro: quero sair dessa campanha sereno, em paz comigo e com as pessoas... Irei votar, olharei os resultados, estarei mais ou menos feliz ao final dia, mas já fiz a introspecção básica: Ganhe quem ganhar, eu continuarei trabalhando e pagando as minhas contas, eu seguirei escrevendo meu destino. E, na semana que vem espero tomar café com o Beto Kieling, porque é um baita amigo, e assim que o Aquiles Giovelli se recuperar da cirurgia do joelho, quero sentar na sala dele, receber um café pequeno e falar sobre livros. Politicamente, eles sempre estão em lados opostos, mas – o essencial – ambos têm uma imensa dose de humanidade para partilhar.